abril 08, 2003


Hoje é dia Mundial de Luta contra o Câncer


A algum tempo eu fiz um post falando sobre o Câncer de Mama e hoje resolvi tocar no assunto novamente , lotando o blog com informações sobre a doença.Todo mundo deve achar meio estranho repetir um mesmo tema em tão pouco tempo, mas esse assunto é serio e merece destaque e atenção!!

O câncer de mama é o tipo mais comum de câncer entre as mulheres nos Estados Unidos (além do câncer de pele). A cada ano mais de 180.000 mulheres desse país descobrem que apresentam câncer de mama, afetando também mais de 1.000 homens a cada ano. No Brasil, a estimativa para o ano 2001 é de aproximadamente 31.000 novos casos de câncer de mama segundo o Instituto Nacional do Câncer, sendo o tipo de câncer mais comum na mulher, com um incidência de 33.58 novos casos para cada 100.000 mulheres.

As Mamas

Cada mama tem de 15 a 20 seções que estão sobrepostas e que são denominadas de lobos. No interior de cada lobo há muitos lóbulos menores, os quais terminam em dúzias de minúsculos bulbos capazes de produzirem leite.

Os lobos, lóbulos e bulbos encontram-se interligados por meio de tubos delgados denominados ductos.

Esses ductos conduzem ao mamilo, que é uma porção localizada no centro de uma área escura da pele, chamada de aréola. Tecidos gordurosos preenchem os espaços em volta dos lóbulos e ductos.


Não há músculos na mama. Os músculos repousam abaixo de cada mama revestindo as costelas.

Cada mama apresenta vasos sangüíneos e vasos linfáticos que conduzem um líquido incolor, denominado de linfa, que é drenada para pequenos órgãos com formato de feijão, chamado de linfonodos. Agrupamentos de linfonodos são encontrados na axila próximos à mama (embaixo do braço), acima da clavícula e no tórax. Os linfonodos também são encontrados em muitas outras partes do corpo.

Tipos de Câncer de Mama

O tipo de câncer de mama mais freqüente tem início no revestimento dos ductos e por esta razão é chamado carcinoma ductal. Um outro tipo, chamado carcinoma lobular, origina-se a partir dos lóbulos.

Quando o câncer de mama se dissemina para fora da mama, as células cancerosas são freqüentemente encontradas nos linfonodos da axila (linfonodos axilares). No caso do câncer ter atingido esses linfonodos, pode significar que as células cancerosas se disseminaram para outras partes do corpo - outros linfonodos e outros órgãos, tais como ossos, fígado ou pulmões - através da circulação sangüínea ou sistema linfático.

Caso haja disseminação (metástases), o novo tumor possui o mesmo tipo de células anormais. Por exemplo, se o câncer de mama se dissemina para o cérebro, diz-se que o paciente é portador de câncer de mama com metástase para cérebro.

Fatores de Risco

O risco de câncer de mama é proporcional à idade. Esta doença é incomum em mulheres abaixo dos 35 anos. Todas as mulheres com idade acima dos 40 anos são de risco para o câncer de mama.

Entretanto, a maioria dos cânceres de mama ocorrem em mulheres com mais de 50 anos, e o risco é especialmente elevado em mulheres acima de 60 anos.

Pesquisas têm demonstrado que as seguintes condições predispõem a um maior risco para o câncer de mama:

? História pessoal de câncer de mama. Mulheres que tenham desenvolvido câncer de mama apresentam um maior risco de desenvolver câncer de mama novamente.

? Alterações genéticas. Alterações em certos genes (BRCA1, BRCA2 e outros) tornam as mulheres mais susceptíveis ao câncer de mama. Em famílias nas quais muitas mulheres tenham apresentado a doença, os testes genéticos podem mostrar se uma mulher tem uma alteração genética específica que reconhecidamente possa aumentar a susceptibilidade ao câncer de mama. Os médicos podem sugerir formas de tentar retardar ou de prevenir o câncer de mama, ou de melhorar a detecção do câncer de mama em mulheres que tenham alterações genéticas.

? História familiar. O risco de desenvolvimento do câncer de mama em uma mulher aumenta caso sua mãe, irmã, filha, dois ou mais parentes próximos tenham história de câncer de mama, especialmente em idade jovem.

? Certas alterações na mama. Ao apresentar um diagnóstico de hiperplasia atípica ou de carcinoma lobular in situ (CLIS) ou de ter apresentado duas ou mais biópsias de mama para outras condições benignas, a mulher poderá ter um aumento no risco de desenvolver câncer.

Outros fatores associados ao aumento no risco de câncer de mama incluem:

? Densidade da mama. Mulheres acima dos 45 anos com mamogramas que mostrem, pelo menos 75% de tecido denso, apresentam um risco aumentado. Além do próprio tecido mais denso estar associado a uma maior probabilidade de desenvolvimento do câncer de mama, poderá também dificultar a "visualização" dos tumores de mama.

? Radioterapia. Mulheres que tiveram as mamas expostas à radiação durante a infância, especialmente aquelas que foram tratadas com radiação para Doença (ou Linfoma) de Hodgkin, são de maior risco para o desenvolvimento de câncer de mama. Os estudos mostram que quanto mais jovem a mulher tenha recebido o tratamento, maior é o risco para o desenvolvimento do câncer em uma fase tardia de sua vida.

? Gravidez tardia. Mulheres que tenham tido o seu primeiro filho após a idade dos 30 anos têm uma maior chance de desenvolverem câncer de mama quando comparado às mulheres que tiveram seus filhos em idades mais jovens.

Também apresentam um risco um pouco maior para o desenvolvimento do câncer de mama, as mulheres que iniciaram a menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos), aquelas que experimentaram uma menopausa tardia (após os 55 anos), as que nunca tiveram filhos e as que fizeram uso de terapia de reposição hormonal ou pílulas anticoncepcionais por um longo período de tempo. Esses fatores aumentam o período de tempo em que o corpo da mulher ficou exposto ao estrógeno. Quanto maior esta exposição, maior a probabilidade de desenvolver o câncer de mama.

Na maioria dos casos, os médicos não são capazes de explicar porque a mulher desenvolve o câncer de mama. Os estudos mostram que a maioria das mulheres que desenvolvem o câncer de mama não apresentam nenhum dos fatores de risco listados acima, mas apenas o risco decorrente do próprio envelhecimento. Da mesma forma, a maioria das mulheres com fatores de risco conhecidos não apresentam câncer de mama.

Sinais e Sintomas

O câncer de mama, em fase inicial, geralmente não causa dor. Mas à medida em que o câncer cresce, poderá causar alterações as quais a mulher deve estar atenta:

? Nódulo ou espessamento na mama ou próximo a ela, ou na região da axila;
? Alteração no tamanho ou forma da mama;
? Descarga (saída de secreção) mamilar, sensibilidade mamilar ou inversão do mamilo para dentro da mama;
? Enrugamento ou endurecimento da mama (a pele da mama adquire um aspecto de casca de laranja);
? Alteração no aspecto da mama, aréola ou mamilo;
? Sensações (por exemplo, calor, inchaço, rubor ou escamoso).

A mulher deve procurar seu médico para qualquer um desses sintomas. Geralmente, eles não correspondem ao câncer, mas é importante ter uma avaliação médica para descartar este diagnóstico e até mesmo detectar precocemente qualquer outra doença a que possam corresponder os sintomas.

Diagnóstico


Uma área anormal evidenciada na mamografia (um nódulo ou outras alterações na mama) pode ser causada pelo câncer, mas também por outros problemas de menor gravidade. Para descartar a possível causa de qualquer um desses sinais ou sintomas, o médico realiza um cuidadoso exame físico e indaga sobre a história médica, pessoal e familiar. Em adição à avaliação geral dos sinais e sintomas de saúde, o médico poderá fazer um ou mais dos exames de mama descritos a seguir.

? Palpação. A palpação da mama fornece dados importantes ao médico. Através da palpação de nódulos na mama (seu tamanho, sua textura e se é móvel ou fixo) e de tecidos à sua volta, o médico faz uma diferenciação inicial se o nódulo é benigno ou maligno.
? Mamografia.
? Ultra-sonografia.

Baseado nestes exames o médico poderá decidir que não há necessidade de outro exame adicional e que nenhum tratamento é necessário. Exames que podem ser adicionalmente solicitados:

? Aspirado por agulha fina. Uma agulha fina é utilizada para a retirada de líquido de um nódulo mamário. Este procedimento evidencia se o nódulo é um cisto preenchido por líquido (não canceroso) ou se é uma massa sólida (que pode ou não ser câncer). Se o líquido retirado de um cisto for claro, pode não haver necessidade de avaliação laboratorial.

? Biópsia por agulha. Usando-se técnicas especiais, podem-se remover, por meio de uma agulha, amostras de tecido de uma área suspeita evidenciada na mamografia e que pode ser palpada ao exame clínico. O tecido removido em uma biópsia por agulha vai ao laboratório para ser avaliado por um patologista quanto à presença de células cancerosas (= exame anátomo-patológico).

? Biópsia cirúrgica. O cirurgião retira totalmente ou parte de um nódulo ou área suspeita. Um patologista examina o tecido através de um microscópio para verificar a presença de células cancerosas.

Quando o câncer é diagnosticado, o patologista pode informar qual é o tipo de câncer (ductal ou lobular, caso a origem seja em um ducto ou lóbulo, respectivamente) e se o mesmo é invasivo (invade os tecidos próximos à mama) ou in situ (localizado).

Testes laboratoriais especiais realizados com o tecido auxiliam o médico a aprender mais sobre o câncer. Por exemplo, testes com receptores hormonais (testes com receptores de estrógenos e progesterona) podem predizer se o câncer é sensível a hormônios.

Testes com resultados positivos indicam que os hormônios ajudam no crescimento do câncer e que provavelmente responderá à terapia hormonal. Outros testes laboratoriais são algumas vezes realizados para ajudar o médico a predizer se o câncer tem um crescimento lento ou rápido. O médico também poderá realizar exames especiais de ossos, fígado ou pulmões para verificar se o câncer de mama disseminou para essas áreas.

Tratamento


As opções de tratamento para cada mulher dependem do tamanho e da localização do tumor na mama, dos resultados dos testes laboratoriais (incluindo os testes de receptores hormonais) e do estágio (ou extensão) da doença. Para desenvolver um plano terapêutico que preencha as necessidades de cada paciente, o médico também leva em consideração a idade e a condição de menopausa da paciente, sua saúde geral e o tamanho da mama.

Os métodos de tratamento do câncer de mama podem ser locais ou sistêmicos. Os tratamentos locais são utilizados para a retirada, destruição ou controle das células cancerosas em uma área específica.

Cirurgia e radioterapia são exemplos de tratamentos locais. Os tratamentos sistêmicos são utilizados para destruir ou controlar as células cancerosas em todo o corpo. A quimioterapia e a terapia hormonal são tratamentos sistêmicos. Pode ser necessário utilizar um método isolado ou a combinação deles. Diferentes formas de tratamento podem ser administradas ao mesmo tempo ou em seguida a outro tratamento.

? Cirurgia é o tratamento mais freqüente para o câncer de mama. Muitos tipos de cirurgia podem ser utilizados. O médico pode explicar cada uma delas em detalhes, discutir e comparar os benefícios e riscos de cada tipo e descrever de que forma cada uma delas afetará a aparência estética da paciente. Uma cirurgia para retirada total da mama ou parte dela é denominada mastectomia. A reconstrução da mama é uma opção freqüentemente realizada em conjunto com a mastectomia, ou uma opção mais tardia. Uma cirurgia que retire apenas o câncer e que preserve a mama é chamada cirurgia conservadora da mama ou cirurgia econômica da mama. Lumpectomia e mastectomia segmentar (ou mastectomia parcial) são exemplos de cirurgias econômicas da mama, ou seja, cirurgias que visam preservar a mama. Geralmente são acompanhadas de radioterapia com o intuito de promover a destruição de qualquer célula cancerosa que possa ter permanecido na área. Na maioria dos casos, o cirurgião também retira os linfonodos localizados na axila para avaliar se as células cancerosas invadiram o sistema linfático.

Na lumpectomia, o cirurgião retira o câncer de mama e parte do tecido normal localizado à sua volta. Freqüentemente, alguns dos linfonodos localizados na axila são retirados.

Na mastectomia segmentar, o cirurgião remove o câncer e uma grande área de tecido mamário que está à sua volta. Ocasionalmente, alguns dos revestimentos dos músculos do tórax localizados abaixo do tumor também são removidos. Alguns linfonodos axilares também podem ser retirados.

Na mastectomia total (simples), o cirurgião retira toda a mama. Alguns dos linfonodos axilares também podem ser removidos.

Na mastectomia radical modificada, o cirurgião retira a mama inteira, a maioria dos linfonodos axilares e freqüentemente o revestimento dos músculos do tórax. Os dois músculos menores também são retirados para auxiliar na remoção dos linfonodos.

Na mastectomia radical (também chamada de mastectomia radical de Halsted), o cirurgião retira a mama, os músculos do tórax, todos os linfonodos axilares e alguma pele e gordura adicional. Por muitos anos, esta operação foi considerada modelo para as mulheres com câncer de mama, mas atualmente sua utilização é rara e está restrita a casos avançados nos quais o câncer de mama tenha invadido a musculatura do tórax.

A reconstrução da mama (cirurgia para reconstruir a forma da mama) é uma opção freqüentemente disponível após a mastectomia. As mulheres que considerarem a reconstrução devem discutir esta opção com o cirurgião plástico antes de realizar a mastectomia.

? Terapia hormonal é utilizada para privar as células cancerosas dos hormônios necessários para o seu crescimento. Este tratamento consiste no uso de drogas que alteram a forma de funcionamento hormonal ou na retirada cirúrgica dos ovários. Como na quimioterapia, a terapia hormonal é um tratamento sistêmico, podendo afetar as células cancerosas em todo o corpo.

As decisões em relação às opções terapêuticas são complexas. Freqüentemente são afetadas pelo julgamento médico e pelos desejos da paciente.

As opções terapêuticas de uma paciente dependem de uma série de fatores. Esses fatores incluem a idade e a condição da menopausa, saúde geral, do tamanho, localização e estágio do tumor; do tamanho da mama e presença de linfonodos axilares comprometidos. Também são consideradas certas características das células tumorais (como o fato de dependerem de hormônios para seu crescimento). O fator mais importante é o estágio da doença. A seguir estão os estágios do câncer de mama e os tratamentos mais freqüentemente utilizados em cada estágio. (Algumas vezes outros tratamentos podem ser adequados).

Reconstrução da Mama

Após uma mastectomia, algumas mulheres decidem utilizar uma prótese que imita o formato da mama. Outras preferem realizar a reconstrução da mama ao mesmo tempo da mastectomia ou em uma fase mais tardia.

Cada opção tem os seus prós e contras e o que é ideal para uma paciente poderá não ser para outra. O mais importante é que quase todas as mulheres tratadas para o câncer de mama façam sua opção. É melhor consultar um cirurgião plástico antes da mastectomia, mesmo que a reconstrução seja considerada para uma fase mais tardia.

Vários procedimentos são usados para a reconstrução da mama. Alguns utilizam implantes (salino ou de silicone); outros utilizam tecidos retirados de uma outra parte do corpo da mulher. A avaliação da idade da mulher, do tipo corpóreo e do tipo de tratamento do câncer ajudam a determinar qual o melhor tipo de reconstrução. A mulher deve solicitar ao cirurgião plástico que explique os riscos e benefícios de cada tipo de reconstrução.

Reabilitação

A reabilitação é uma parte importante no tratamento do câncer de mama.

A equipe de cuidado à saúde faz todo o esforço possível para que a mulher possa retornar às atividades normais. A recuperação será diferente para cada mulher, dependendo do tipo de tratamento, da extensão da doença e de outros fatores.
O exercício após a cirurgia pode fazer com que a mulher readquira a movimentação e força de seu braço e ombro. Também poderá ajudar a reduzir a dor e a rigidez do pescoço e região dorsal. Exercícios planejados cuidadosamente devem ser iniciados tão logo o médico permita, freqüentemente, isto ocorre dentro de um dia ou pouco tempo após a cirurgia.

Os exercícios são iniciados de forma lenta e delicada, podendo até mesmo ser realizados no leito. Gradualmente o exercício pode ser mais ativo e os exercícios regulares passam a fazer parte da rotina normal da mulher.

(As mulheres que tenham realizado mastectomia com reconstrução imediata da mama necessitam de exercícios especiais, sobre os quais o médico e a enfermeira fornecerão explicações).

Freqüentemente o linfedema após a cirurgia pode ser prevenido ou reduzido com determinados exercícios e pelo repouso do braço apoiado sobre um travesseiro. Caso ocorra o linfedema, o médico poderá sugerir exercícios e outras formas de lidar com este problema. Por exemplo, algumas mulheres com linfedema usam luvas elásticas ou um punho elástico para melhorar a circulação linfática. O médico também poderá sugerir outros tipos de abordagem tais como medicação, drenagem manual da linfa (massagem) ou o uso de aparelho que comprima o braço.

A mulher poderá ser encaminhada a um fisioterapeuta ou a um outro especialista.

(Fonte: Manual do Instituto Nacional do Câncer / EUA - NCI)



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