agosto 23, 2008


Lembra Quando...

Em volta da fogueira. Depois do reagee meloso, das piadinhas de português, loira, papagaio e hilaridades afins, alguém cansa da superficialidade, deita sobre a grama úmida e relembra os tempos que se foram, e a música, os filmes e as aventuras que os ponteiros levaram. Traz saudade e angústia pelas coisas boas que não voltam mais e traz felicidade por saber que aquilo ainda está fresco na memória. É o tipo de assunto que contagia todo tipo de indivíduo. É um tipo de sentimento que dura...
De todo, é o que também o dicionário Aurélio não soube explicar - o que consta são apenas "citações-exemplo" -. Existem revistas, como a Super Interessante, que já dedicaram uma seção inteira a esse sentimento que acomete a todos. Faria aqui uma lista de jogos, músicas, filmes, roupas, brincadeiras e brinquedos, programas de TV... Porém faria eu uma lista grande demais para esta crônica.
É incrível como através de uma discussão entre amigos sobre os "bons tempos" é possível até descobrir a evolução científica, tecnológica e cultural do nosso meio: hoje nós dizemos, "bons tempos aqueles da ideologia a todo custo da década de 1980", amanhã talvez dirão, "bons tempos aqueles sem ideologia nenhuma". Desculpem a empáfia e a hipérbole, por abrir espaço para a oposição. Ou alguma figura de linguagem que o valha.
Disseram, um dia, que faz bem ter saudade. Saudade dos amigos, saudade daquele desenho que você não viu o último episódio, ou daquele filme que você perdeu no cinema, saudade de um livro que te fez pensar, ou de uma música que não toca mais no rádio, saudade de tudo que tinha e de nada que faltava. Disseram também que saudade demais causa depressão e que antidepressivo não cura por completo a depressão. Então...
Se antidepressivo não cura depressão, depressão é saudade e saudade é nostalgia. Quer dizer que nostalgia não tem cura?
"Pois é, pois é, pois é.
E na falta de um elo para essa corrente de pensamento, eis que surge...
Mesclando teoria apocalíptica com tese furada de escritor errante, diz-se: se ontem nossos pais brincavam de "pé-na-lata", hoje brincamos com bonecos interativos, amanha brincaremos com robôs... E depois? Eles que brincarão conosco?
Oh!
(Ô teoria infeliz, viu!).


Por Maurício Izelli Doré maudore@bol.com.br

agosto 17, 2008

agosto 11, 2008

Ecce homo

A humanidade é uma ave de asas partidas,
Que vaga no Universo rumo ao desconhecido,
Em busca de um sentido para a vida.
Tem o alucinado por guia.
Navega uma rocha movida pela soberba,
Pela arrogância e pela paixão.
O eu é, o ele não é.Um louvor à imperfeição .
A humanidade é um espelho embaçado.
Alimentado pelo desespero e pela incerteza.
Fome e ódio não permitem pensar no amanhã.
A natureza não cria indigentes.
O destino, uma profundidade insondável,
Uma porta da qual só você tem a chave.
Do destino, homem algum escapou.
Nada é definitivo, nem a morte.
Vontade de viver, vontade de poder,
Eis a verdadeira dimensão do homem
Para atingir o eterno e superar o infinito.
Maior que o infinito menor que o imenso.
Procure o intermediário entre o
Saber e o ignorar e terá
O invisível sustentando o visível,
A essência superando a existência.
Não há limite para o possível.
Saber questionar é viver,
Aceitar o dogma é anular-se.
Quem pode entender a razão humana?
O homem é algo que precisa ser superado.
Brutalidade e ganância movem o planeta.
O homem animal doméstico do homem.
O que é o homem?
Ele é aquele que troca a alma pelo lucro
Ignorando o que a história ensina.
Onde houver opressão haverá Revolução
Eis o Homem.

[Georges Bourdoukan]